terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sem palavras

E numa tarde fria ele correu.

Era uma manhã ensolarada, mas nada deu certo. As pedras não saíram do caminho e a bagagem, que deveria ter ficado por excesso de peso, conseguiu passar pela alfândega do cerne. Eram mais ou menos 37kg de peso.

Para o entretenimento - era com o que ele mais se preocupava - só tinha 2 madeiras e um pedaço de bambu. O problema é que ele era metropolitano. Para ele nada é espírito, nada era natural. O pé não podia tocar o chão, o intermédio era a sola do sapato. O limite era a ponta do seu nariz.

Ele resolveu se matar, mas não conseguiu. Ele experimentou, pela primeira vez, o que era saber que não controlava sem sua vida.

Eram 3 da tarde e era certo: ele não mandava em nada, ele não conseguia nada. 3:03 ele resolveu mudar. Vagou, vagou e vagou. Decidiu correr.

E numa tarde fria ele correu.



De novo...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Os amigos de bairro

Se tem um tipo de amizade que a gente nunca se esquecerá são as amizades de bairro. Não que as outras amizades sejam mais ou menos reconhecidas no momento, mas no futuro as amizades de bairro certamente terão um espaço diferenciado na memória.

As pessoas do seu bairro estão sempre com você, conheça você elas ou não. O fato de vocês serem transeuntes de um mesmo espaço aumenta a possibilidade de encontro, de cruzamento de olhares. Os amigos de bairro então...mesmo que você não queira, você vai encontrá-los. Seja nos dias de dilúvio ou nos dias de sol; nos dias de seca ou nos de fartura. Essas pessoas que dividem espaço da cidade com você são muito acessíveis e por isso a segregação é, além de natural, oportuna. Quem espera ônibus com você, quem divide táxi, quem vai na sua casa quarta de tarde são os amigos de bairro - e todas essas tarefas são executadas com frequência.

Entre esse tipo de amigo existe uma afinidade maior. Os amigos entendem a sua língua, entendem a sua onda. A sintonia é afinada justamente por dividirem o espaço ao redor. Tirando a exclusividade - ou não - dos apartamentos de cada pessoa, o resto é o mesmo:calçadas, padarias, caminhos, amigos.

(quem me conhece deveria estar esperando)
Isso tudo é agravado se você mora em Laranjeiras, o bairro mais segregador do Rio. Laranjeiras é um bairro que tem fim, não é um bairro de passagem. Portanto, quem está ali sabe como e por que chegou. Quem mora em Laranjeiras sente um orgulho - muitas vezes besta - de morar aonde mora. É um orgulho quase ufanista, que eu jamais quero deixar de ter.

Quem mora em laranjeiras pouco provavelmente está sozinho. Andamos em bando, no nosso bando. Você já viu um soldado sem seu pelotão?! Somos dependentes uns dos outros. Por amizade e pela nossa guerra diária contra essa onda anti-laranjeriana que a SMTU instaurou sobre nós.

Alguns dias atrás eu ouvi a seguinte frase "amigo de trincheira a gente nunca esquece". É mais ou menos por aí que eu pauto a minha análise sobre amigos de bairro. Foram tantas vitórias, tantas derrotas, praias nubladas e demoradas esperas de ônibus. Foi muita fumaça, solas de tenis e futebol. Foi tudo isso e será um pouco mais o que eu dividirei com os amigos do meu bairro.

Divida isso com eles, ninguém precisa de mais do que isso.



quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sejamos menos pretenciosos

Qual o problema de ser menor, de ser menos?

Existe uma vontade no ar de que todos sejamos cheios de virtudes, de vivências, sabedoria. Mas não é num estilo aristocrata dessas exigências, é um estilo "pós-aristocrata" - mas de bananeira não dá maça . Você precisa ser sábio e alienado. Ter lá suas virtudes e não usá-las exatamente - usá-las, sim, para reafirmar o que já está concretizado. Ter as suas experiências, sua vivência, mas se isso minimizar algo maior do que você, descarte-a.

É com esses parâmetros de visão que eu monto a minha visão. É a textificação da máxima "ser menos para ser mais", dado o contexto. Exigem - nós exigimos também - essas peculiaridades da gente para nada. Não querem que a gente use as ferramentas, mas que nós a tenhamos em mãos quando necessária. É uma opressão sem cara de censura. É um disfarce do controle que existe. Afinal, saber de mais nunca foi bom pra ninguém, só, talvez, pra quem sabe.

Uns tipos de matéria de conhecimento são mais nobres que os outros, quando não deveriam ser. Não prego igualdade de remuneração para as tarefas feitas a partir do conhecimento - o trabalho -prego igualdade de reconhecimento para os diversos tipos de conhecimento. As construções hierárquicas entre e dentro dos campos de conhecimento são sustentadas simplesmente pela remuneração, pela nobreza e não pelo cargo em si - afinal, todos os cargos são inter dependentes.

A censura à ignorância é a própria ignorância. Conheça sim, mas também saiba ser ignorante. E saiba como um ignorante pensa. Nem tudo se mede pelo que se expõem, ou pelo menos deveria ser assim. Tenha virtude, sabedoria e vivência o suficiente para saber quando alguém está manipulando as suas ferramentas para uma construção do que não faz idéia do que seja.


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Se é assim, eu mando um bilhete pra didi

As coisas estão um pouco confusas. Meio fora do normal. Deve ser o inferno astral que é a tpm do aniversário.Mas pelo hábito, ou mesmo pelo gosto, eu vim aqui.

O Paulo está na meia-idade. Ele é curvo, ele é pequeno. Tem um olhar mórbido e é esquelético. Quase ninguém olha pra ele. Ele é quase sem virtude alguma - quase. Paulo carrega 1 tronco de árvore que pesa mais que seu peso por 2 ou 3km. Ele, que morava em Garituba, voltou pra lá agorinha pouco ,faz 1mês . Passou 3 anos sem exercer sua excelencia, na verdade, não fazia nada.
Comia com dinheiro apostado, dormia com dinheiro apostado. Como a jogatina não é um campo que ele domina, as vezes não comia, muito menos dormia.
Quando chegou no Rio, era um poeta - fracassou. Virou pintor, não deu certo. Quando inspetor roubava a merenda das crianças - foi demitido. Virou andarilho - desistiu.
Na sua volta pra Garituba ele só pensa nos troncos que pode carregar. Na paz da floresta, no sabor do campo.
Garituba é campo e praia. Onde Norte e Sul. É sol e nublado. É tudo, mas é quase nada.

Quando Paulo chegar, vai mandar um bilhete pra Didi. Didi é uma companheira, uma amiga que Paulo arranjou. Didi certamente ficará contente em saber da desventura de seu amigo. O bilhete que ele ia escrever era assim:
"Didi, se eu tivesse triste, saberias
se tivesse arrependido, saberias
se soubesse o que passei louvarias
mais do que eu, a mim mesmo
Hoje sou mais pelo Rio,
mas não pretendo nem pensar
do Rio sendo modificado por mim.

Voltarei a carregar meus troncos."

E assim ele fez.
Nasceu, morreu, renasceu e morreu.


Fim.

domingo, 26 de setembro de 2010

Maldito Sufrágio Universal - como faço para votar esse ano?

As eleições batem na nossa porta esse ano como os escoteiros de filmes americanos vendendo doces. Você não quer comprar, mas acaba comprando.


Marina, Serra e Dilma no mainstream. Como escolher entre o ruim, o pior e o inevitável?! Como levar a sério quaisquer das duas faces da moeda? Na "coroa" tem o Tiririca - que se é não analfabeto, é pelo menos ridículo e sem proposta; na "cara" temos os eleitores que dão o trono pra um comediante (ruim) e se encantam com a falta de conhecimento do candidato escolhido sobre o cargo ao qual ele tenta se eleger. ( candidato que de bobo e humilde não tem nada. o Tiririca já arrecadou 600mil em campanha. leiam a Época dessa semana). Pra mim quem vota no Tiririca é quem votava no Enéas, quem votaria no Latino e no Dado Dolabella.

O panis et circenses não morreu. Serra tenta distribuir o máximo de cachorros-quentes no Mc Donald's que ele alugou. Será que ele tenta quebrar o paradigma de que tudo termina em pizza?

Uma é crente(o pensamento crente me incomoda, não os crentes) e a outra se escora no ex-presidente que demonstra "certa" antipatia à liberdade da imprensa. O outro se alia a um tucano, deixando pra trás a bagagem que lhe servia. Um outro era ministro do meio-ambiente e não pára de distribuir panfletos de papel na rua. Também tem os ex-jogadores de futebol. Os eleitores, de uma maneira geral, simplesmente concordam com tudo isso.

O "Ficha Limpa" não deveria ser um pedido acatado de última hora, deveria ter menos brechas e ser mais incisivo. O que deixa aquela criança pequena, o Garotinho, tentar se eleger? Como votar na arrogância - evidenciada no youtube - do Sérgio Cabral?





Minha última pergunta: como eu faço pra votar esse ano?
Quem lutou pelo sufrágio universal não pensou nisso tudo.

domingo, 12 de setembro de 2010

O vidro emoldurado

Eu acho que todos têm uma janela.Eu tenho, você tem.Existem os conjuntos de janelas, os prédios. As crianças –ah, as crianças sempre tem tudo - quando perdem o dente, ganham uma nova janela. Até a tecnologia imita a janela... o ‘Janelas’(Windows), as câmeras de vídeo/fotografia e a televisão. Até os prisioneiros tem uma janela - mesmo que só tenham ela e à ela. Os que merecem menos, os corruptos ,tem janelas também - Ah, como tem janelas. Pulam, saltam, confundem-se com elas. São verdadeiros camaleões que criam janelas na lei pra fazer do Brasil uma grande janela de fome e miséria (e futebol , para ser menos dramático)

Quem não aprecia a janela, não aprecia a vida. Pela janela podemos ver sem nem sermos vistos. Se por acaso nos veem, somos mais alguém praticando esse exercício de aprendizado – a observação. Podemos também filmar com a retina cenas que ninguém nunca verá - isso se por sorte não forem parar no youtube, a janela digital.

As janelas são necessariamente necessárias, me desculpe, mas são... As escadas rolantes, os elevadores, as esteiras ...todos tem sua importância. Mas nenhum chega perto de uma janela.

A minha janela é normal... A posição dela também. Infelizmente, ou até felizmente. Não está de frente pro Cristo, ele fica pro outro lado do apartamento. Também não está de frente pra praia –uma pena!Mas felizmente está onde está, por que com essas distrações o que realmente importa não seria notado pelo meu frágil olho humano, que por ser masculino se tornou mais frágil ainda. Facilmente deixariam outros ventos atrapalharem a percepção ,que na verdade não existe e que eu inventei. Invenção que sai de um lugar e transpira em outro; da janela para a porta.

Não incentivo ninguém a viver atrás de janelas. Para interpretar o que ela mostra é preciso sair dela também. Elas são a ferramenta e não a obra.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Quando você se sente bem

Viajei no feriado e sinto que não podia ter feito nada melhor.

Além de descansar do rio, viajar significa explorar novas culturas, novos olhares, novas(antigas) formas de vida num plano geral. O famoso "olhar estrangeiro" faz sentido quando realmente se é estrangeiro.

Cheguei em aldeia velha perdido. Perdido em 2 sentidos: não sabia nada sobre a cidade e não sabia por que eu estava ali.
2 amigos(1amiga e um amigo) e eu sentamos num bar e fomos muito bem recebidos pela Tamara, a dona. Depois de umas cervejas e uns aipins, ela nos ofereceu o quintal para acampar por 5 reais - tá aí algo que não se espera no rio, é aquele descanso do qual eu falava.
O motivo da nossa desistência foi ridículo se formos pensar com a cabeça de cidade grande: saímos do camping por nos sentirmos muito próximos da Tamara. Não sabiamos se pediamos algo ou se íamos na cozinha fazer. Resolvemos sair(mas não pra não voltar, claro).

Vimos 2 campings e decidimos ir para o "Bambu". Lá tinha uma estrutura sensacional, mas era muito fanfarrão. Tinha uma tv de plasma 40mil polegadas e "mix fm" rolando...eu podia não saber porque eu estava ali, mas sabia que não era pra isso.Mesmo assim, dormimos lá por uma noite.

Naquele mesmo dia, fomos tomar uma cervejinha de noite. Agora éramos 6 (3 meninas chegaram depois). Elas falaram de um camping o "Bom Retiro". Confesso que não levei fé no começo, mas depois que encontrei, por acaso, outra amiga na cidade ,que estava nesse camping, decidi ir pra lá.

O camping é lindo, ecologicamente correto e aconchegante. É realmente um retiro. O dono, que era o idealizador, explicou um pouco da história do camping. Contou que o espaço era a fazenda do avô e contou dos projetos que aconteciam lá. Eu fiquei apaixonado.

Durante a viagem conhecemos um pouco da cidade. Na entrada do centro da cidade tem um Ipê amarelo. Lindo.

Essa viagem me tirou os preconceitos que eu tinha: cidade pequena e pessoas ecologicamente engajadas. O primeiro era por falta de conhecimento e o outro por conhecimento demais (haha)


obs: eu peidei pra dar o jump da sequência de cachoeiras, só dei o pulo alternativo. essa é a próxima meta de quando eu voltar pra aldeia

domingo, 29 de agosto de 2010

Ainda não é de Atenas

Ela é forte, mas não quer acreditar nisso. E quando me fala o que sente não consigo acreditar.


Existem algumas etapas quando você conhece uma pessoa. Primeiro você conhece o polimento, a camada que ainda tem um campo que separa a da realidade verdadeira(a realidade falsa também é realidade, depois explico). Depois de um tempo você conhece as verdades de uma pessoa. E depois você conhece o que ela sente. Explicações deixadas de lado, vamos continuar.

Quando a conheci ela era mais uma. "Mais uma" num sentido amplo; num sentido positivo. Mais alguns encontros e eu já sabia que o termo teria que ser deixado de lado. Ela não era só mais uma.
Ela era mais forte, ela tinha mais raça. Eu acho que a melhor tatuagem pra ela seria "é preciso ter gana sempre", porque ela é assim naturalmente. A pessoa, nesse caso, teria feito a tatuagem e não a tatuagem feito a pessoa.
Ela sabia mais do que todo mundo. Não que ela tivesse mais conhecimento que todo mundo, mas ela sabia errar. E melhor, ela sabia fazer você acertar.
Mas como todos os outros, ela também foi atingida. E pior, por quem menos esperava.

Hoje quando ela me fala da dor, eu não acredito. Eu não posso acreditar. Se ela, que é ela, sente dor assim, como eu faria numa situação dessas?! Como a humanidade, como o povo da praça, como os amigos dela fariam?!

Ela ainda não passa isso no olhar, só de vez em quando. Se ela começar a passar a dor pro polimento eu acho que vou chorar. Se alguém machucá-la de novo, eu não sei o que fazer. Ninguém sabe o que fazer na realidade

Ela é forte, eu repito. Mas ainda não é de atenas

domingo, 22 de agosto de 2010

Ode à solidão

É comum exaltar coisas boas. Mas o que é bom de verdade?! eu , pelo menos, não sei responder. Decidi usar a solidão como objeto de estudo dessa análise canalha da vida.

A solidão faz você chorar no começo. é comum cometer atitudes que ,em momentos de sanidade completa, você não faria. Mas a solidão também faz você se encontrar, faz você se abrir consigo mesmo. Ela, pra quem não surta e controla pelo menos um pouco da raiva - raiva, isso mesmo - é uma análise psiquiatrica feita por você mesmo.
Por que não estar completamente sozinho? Não pra vida toda, mas por um momento qualquer.
Se eu pudesse eu teria pelo menos uma vez por semana o sentimento de solidão. Pararia, me veria...refletiria e outros ias -pelo menos uma vez por semana.
Mas é aqui que rolam cabeças na análise - ou na ode, se me permite. Solidão não se tem quando quer, nem se esquece dos problemas pra aproveitar aquele momento onde a linha praa felicidade ainda é tênue.
Tom zé falou "solidão, que poeira leve". Acho que era leve porque sempre paira pelo ar. Poeira irrita, mas faz parte. Entra sem deixar vestígios, só irritação nos olhos e ouvidos. Leve, como um baque de trovão.
Enfim, solidão é uma merda necessária.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sem medo da prolixidade e também da concisão

eu tenho andando meio mal dos dedos.não que eu não tenha escrito, nem que eu não tenha pensado. o meu pecado tem sido a execução...ainda estou me desvencilhando das amarras que o texto jornalístico exige - e que não questino, porque entendo e acho válido.pretendo em breve saber usar ,e não usar, essas cordas que ficam entre os dedos.
vim aqui tentar desamarrar a minha cabeça. tirar a matemática bancária, que já não é a da quarta-série, onde os números negativos não existem. eu andei vindo tanto aqui, que eu acabo não fazendo nada - e isso é outro problema. imagine que eu vivo 24horas por dia há 19 anos. São poucos anos, se comparado à quantidade que outras pessoas possuem, mas pra mim ,e só pra mim, são muitos - afinal, temos o máximo de anos que podemos ter. São poucos anos, mas a cada minuto é uma informação diferente. Depois de multiplicações consecutivas, verás que são muitas idéia e pouco tempo para execução - mesmo que seja uma execução somente retórica, absolutamente expeculativa e arbitrária. a tela é pequena...e por não caber, pouco me esforço para enfiá-la. Devem ser as amarras.

é durante que se faz. nem antes, nem depois.e é por isso que o texto sai assim: sem maiúscula ou minúscula, sem correção, quem sabe sem coesão e tampouco concisão. mas é assim que eu quero, pelo menos nesse texto. pura prolixidade.

ouvi dizer que os poetas amam, na verdade, o amor que eles tem pela contemplação escolhida. eu acredito. se não há razão no seu amor, se não há motivos para seguir em frente, se, enfim, você quer estacionar ali, é porque você ama o seu amor. Deixe eu me explicar. se a situação é de vidro quebrado num chão escorregadio, mas você prefere aquilo que um andar sem graça, uma grama, terra fofa, é porque na verdade você ama o sentimento de amar alguém acima de tudo - e não o próprio alguém. é confuso e só percebe quem já está quase querendo abandonar o alguém, mas não o amor. é claro, é um holofote no seu rosto, que infelizmente cega. temos que pensar que o alguém é a personificação do sentimento. a personificação do amor que você sente pelo mundo. e na verdade é tão forte porque é condensado.

e o confronto dos mundos dentro de um só?eu não esqueci - nem por um segundo. é a briga do velho contra o novo, que é mais ou menos acirrada de acordo com as questões temporais, que infelizmente eu ainda não sei destrinchar. o que vai ficar e o que vai sair? o que vai entrar, o que vai voltar?enfim, tema chato.

as amarras voltaram, mas agora nos olhos.
vou me recolher.

apesar de breves, fiquei feliz. se todo dia eu tirar o nó por pelo menos 5 minutos, eu serei 5minutos mais feliz todos os dias.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Aquele papo de chorar o choro e sorrir o sorriso.

As vezes nós não procuramos, simplesmente achamos penas de ganso ao invés de espinhos numa flor. Geralmente isso ocorre quando somos despretenciosos em relação a alguma coisa.
Sem querer dispersar, dispersamos uma espécie de polén que nos remete novos amigos, novas escolhas e surge um novo eu.Talvez não tão diferente do eu anterior, mas notavelmente diferente.
Ninguém muda sozinho. Por maior que seja a vontade de mudar, ela nunca é suficiente pra te fazer abandonar o eu anterior, o antigo.Na verdade, qualquer tipo de mudança é difícil - mais cedo ou mais tarde é ou se torna difícil. E é nessa hora que entram as novas amizades, ou seja, os novos caminhos.
Sem impregnação de histórias passadas, com descobertas, com vontade... os novos amigos são aqueles que fazem você enxergar e perseverar uma mudança.
Sempre é uma boa mudança?Não, nem sempre.Mas sempre pode se tornar.
Pulando etapas do processo certamente conhecido por vocês, quando os novos amigos se tornam velhos e todo aquele espírito de novidade já se foi, todo aquele apego em primeira instância acabou, uma peneira se instaura na sua cabeça. Dos 10 novos amigos, 5 decidem quais serão os 2 ou até mesmo 1 que vão consolidar o que realmente você procurava na "nova vida".

Esse processo é importante pra formação do indivíduo. Eu me orgulho de poder carregar uns 5 ou 6 amigos na minha sacola imaginária de pessoas e de poder pensar que a minha formação não foi feita sozinha, muito pelo contrário.
Não preciso citar nomes, quem é, sabe. Quem participou da minha formação sempre vai fazer parte de mim - do que eu sou ou do que eu não sou mais.

agradeço por todos os conselhos, por todos os afagos. Pelos abraços e pelos beijos. Pelo amor inconstestável de irmão, por tudo.

beijos,
não se esqueçam de mim e eu não me esquecerei de vocês.
isso não é uma carta de despedida nem nada, hahaha.
é só um texto de alguém extremamente dependente dos amigos.

não é meu tipo ser fofo, mas o desespero da vida corrida(ou nem tão corrida assim) desperta pelo menos algo de bom .

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Estudando o Castigo 1

O castigo é uma das formas mais antigas de punição e de exemplificar o que acontece quando se faz algo inapropriado.
Se é a melhor, eu não sei. Se é lúdico, um saída boa ou ruim, um ato de bondade ou de soberania, eu também não sei.
Quando você pensa sobre alguma coisa, você começa cheio de incertezas, mas o tempo e os sentimentos consequentes(caiu o trema? que merda) sanam essas incertezas. Tudo faz sentido depois de algum tempo. Mesmo que você não concorde, verás um tipo de caminho traçado por quem te deu o castigo - isso pelo menos pra quem se preocupa minimamente em analisar a vida. Longe de mim querer bancar o psicologo, mas é assim que minha cabeça denuncia o sentido do castigo.

É bom?não. É necessário? é.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Manifesto Otorrinolaringolista

Com um ar de Pedro Bial chamo atenção de vocês:

Que a música influencia os acontecimentos e , porque não, a própria festa todo mundo sabe. É uma tal de maozinha pro alto fazendo coraçaozinho, vem quicando, chico buarque, claudinho e buchecha. Os mais ousados ainda põem um hiphopzão estilo pharell williams.Enfim, tudo muito válido e bem-vindo. Afinal de contas, a música de uma festa não pode ser a playlist do seu MP3 (se for do meu pelo menos, todo mundo morreria de tédio ouvindo tom zé e libertines).

O fato deu ser válido não significa que todo e qualquer tipo de som mereça o acréscimo de tímpanos estourando. A altura do som das festas é absurdo. É de deixar qualquer um com zumbidu. Como as pessoas conseguem curtir com um som tão alto?! Não dá pra falar, só pra gritar. Ouvir é momento de êxtase. Quem não é bacanão, num tem barbinha ou não tá com aquela roupa maneira não pode desenvolver uma conversa bacana com outros seres. Como proceder então?

Eu não uso, mas vou passar a usar protetores de ouvido sempre que eu sair pra alguma festa. Sempre que eu for pro pires (é uma festa também, claro). Eu quero ter 50 anos e escutar razoavelmente bem. Quero não voltar rouco de tanto gritar pra perguntar pra alguém que música é aquela. Eu quero dormir sem zumbidu. Eu mereço isso. Ou não mereço, mas tento merecer, pelo menos.

Usem protetores de ouvido...eu tô quase um Pedro Bial aqui, mas realmente os protetores de ouvido se assemelham ao filtro solar. Você pode não usar, mas vai se fuder.
Eles são bonitinhos, laranja. Tem de vários tipos, vários tamanhos, é cool. Se não for cool, faça virar.

é isso.hoje foi só uma dica.
abrá

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A burocracia com os textos

O que não é entendido - ou o que não quer ser entendido - é que texto é livre. Não tem fôrma, pode ter forma; não tem correntes, mas pode ter asas.Eu defendo a tese de que todo mundo sabe escrever...é só tentar.
É como uma amiga falou sobre os sonhos "Em suma, desde que abri meus olhos pra esse mundo, adoro fecha-los para reabri-los em outros cantos."(Nathalia Guinet) . Escrever é sonhar, planejar, se conectar com outros cantos...criar outros cantos. Sair por aí, sair do seu lugar, quem sabe sair de você mesmo.
Eu, por exemplo, não acho que sou o melhor escritor,redator ,enfim...mas gosto de escrever. Redijo do meu modo, com os meus sinais, tentando aproximar (claro que não exatamente) de como eu gostaria de falar.
A fôrma só faz as pessoas se afastarem da escrita. É a corrente da qual eu falei. Talvez tivessemos mais obras e obras melhores se essa barreira fosse quebrabada.
Até que ponto algumas regras podem calar alguém?quebrem essa barreira.escrevam.

Mas se não quer também não escreva.Não tem nada pior do que um texto sem paixão, um texto broxa. Um texto técnico. Pior que isso só referência bibliográfica, onde você pensa em praticamente cada LETRA que você vai escrever.

Isso, apesar de ser o foco da reinvidicação, não vale só pra escrita. É pra tudo. É pro cigarro que vai te matar, pro doce que vai te engordar, pro hamburguer que vai te entupir... pra tudo.

abrá


O recomeço

Eu já tive alguns blogs...todos deram errado no sentido de ser comentado, difundido e no sentido de ser lido mesmo. Acredito por um problema obviamente meu.Talvez não de escrita, mas como manager.Talvez de escrita...ou quem sabe até de leitura (junto com os seus problemas existem o problema dos outros.por que a culpa sempre tem que ser minha?)

É algo comum eu me contradizer.Não porque eu sempre mudo de opinião, mas simplesmente porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Quem se integrar e se entregar a ideologia do neoproleopinativumsativabertumnismo (que é nada mais nada menos que abrir a cabeça e dar risada) vai entender que não é contradição, é reflexão. Não ache que por isso eu tenha menos credibilidade. Acho que com esse defeito eu tenho mais credibilidade ainda. Imagina se eu passo 10 ano postando na mesma linha?eu ia virar filósofo.

Enfim, não postarei todo dia, mas pelo menos 1 vez por semana. Não prometo ser sério o tempo todo e tampouco deixar assuntos futebolísticos de lado. Quem for ler que faça propaganda, porque sou péssimo eu me auto-gerenciar.

Se eu te mostrei o blog é porque eu acho você relevante, se eu não mostrei é porque eu esqueci - haha.

Não quis ser rude, eu juro.
Comentem, nem que seja pra falar que tá uma merda.

Abrá.