terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sem palavras

E numa tarde fria ele correu.

Era uma manhã ensolarada, mas nada deu certo. As pedras não saíram do caminho e a bagagem, que deveria ter ficado por excesso de peso, conseguiu passar pela alfândega do cerne. Eram mais ou menos 37kg de peso.

Para o entretenimento - era com o que ele mais se preocupava - só tinha 2 madeiras e um pedaço de bambu. O problema é que ele era metropolitano. Para ele nada é espírito, nada era natural. O pé não podia tocar o chão, o intermédio era a sola do sapato. O limite era a ponta do seu nariz.

Ele resolveu se matar, mas não conseguiu. Ele experimentou, pela primeira vez, o que era saber que não controlava sem sua vida.

Eram 3 da tarde e era certo: ele não mandava em nada, ele não conseguia nada. 3:03 ele resolveu mudar. Vagou, vagou e vagou. Decidiu correr.

E numa tarde fria ele correu.



De novo...