domingo, 29 de agosto de 2010

Ainda não é de Atenas

Ela é forte, mas não quer acreditar nisso. E quando me fala o que sente não consigo acreditar.


Existem algumas etapas quando você conhece uma pessoa. Primeiro você conhece o polimento, a camada que ainda tem um campo que separa a da realidade verdadeira(a realidade falsa também é realidade, depois explico). Depois de um tempo você conhece as verdades de uma pessoa. E depois você conhece o que ela sente. Explicações deixadas de lado, vamos continuar.

Quando a conheci ela era mais uma. "Mais uma" num sentido amplo; num sentido positivo. Mais alguns encontros e eu já sabia que o termo teria que ser deixado de lado. Ela não era só mais uma.
Ela era mais forte, ela tinha mais raça. Eu acho que a melhor tatuagem pra ela seria "é preciso ter gana sempre", porque ela é assim naturalmente. A pessoa, nesse caso, teria feito a tatuagem e não a tatuagem feito a pessoa.
Ela sabia mais do que todo mundo. Não que ela tivesse mais conhecimento que todo mundo, mas ela sabia errar. E melhor, ela sabia fazer você acertar.
Mas como todos os outros, ela também foi atingida. E pior, por quem menos esperava.

Hoje quando ela me fala da dor, eu não acredito. Eu não posso acreditar. Se ela, que é ela, sente dor assim, como eu faria numa situação dessas?! Como a humanidade, como o povo da praça, como os amigos dela fariam?!

Ela ainda não passa isso no olhar, só de vez em quando. Se ela começar a passar a dor pro polimento eu acho que vou chorar. Se alguém machucá-la de novo, eu não sei o que fazer. Ninguém sabe o que fazer na realidade

Ela é forte, eu repito. Mas ainda não é de atenas

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