Existe uma vontade no ar de que todos sejamos cheios de virtudes, de vivências, sabedoria. Mas não é num estilo aristocrata dessas exigências, é um estilo "pós-aristocrata" - mas de bananeira não dá maça . Você precisa ser sábio e alienado. Ter lá suas virtudes e não usá-las exatamente - usá-las, sim, para reafirmar o que já está concretizado. Ter as suas experiências, sua vivência, mas se isso minimizar algo maior do que você, descarte-a.
É com esses parâmetros de visão que eu monto a minha visão. É a textificação da máxima "ser menos para ser mais", dado o contexto. Exigem - nós exigimos também - essas peculiaridades da gente para nada. Não querem que a gente use as ferramentas, mas que nós a tenhamos em mãos quando necessária. É uma opressão sem cara de censura. É um disfarce do controle que existe. Afinal, saber de mais nunca foi bom pra ninguém, só, talvez, pra quem sabe.
Uns tipos de matéria de conhecimento são mais nobres que os outros, quando não deveriam ser. Não prego igualdade de remuneração para as tarefas feitas a partir do conhecimento - o trabalho -prego igualdade de reconhecimento para os diversos tipos de conhecimento. As construções hierárquicas entre e dentro dos campos de conhecimento são sustentadas simplesmente pela remuneração, pela nobreza e não pelo cargo em si - afinal, todos os cargos são inter dependentes.
A censura à ignorância é a própria ignorância. Conheça sim, mas também saiba ser ignorante. E saiba como um ignorante pensa. Nem tudo se mede pelo que se expõem, ou pelo menos deveria ser assim. Tenha virtude, sabedoria e vivência o suficiente para saber quando alguém está manipulando as suas ferramentas para uma construção do que não faz idéia do que seja.
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