domingo, 26 de setembro de 2010

Maldito Sufrágio Universal - como faço para votar esse ano?

As eleições batem na nossa porta esse ano como os escoteiros de filmes americanos vendendo doces. Você não quer comprar, mas acaba comprando.


Marina, Serra e Dilma no mainstream. Como escolher entre o ruim, o pior e o inevitável?! Como levar a sério quaisquer das duas faces da moeda? Na "coroa" tem o Tiririca - que se é não analfabeto, é pelo menos ridículo e sem proposta; na "cara" temos os eleitores que dão o trono pra um comediante (ruim) e se encantam com a falta de conhecimento do candidato escolhido sobre o cargo ao qual ele tenta se eleger. ( candidato que de bobo e humilde não tem nada. o Tiririca já arrecadou 600mil em campanha. leiam a Época dessa semana). Pra mim quem vota no Tiririca é quem votava no Enéas, quem votaria no Latino e no Dado Dolabella.

O panis et circenses não morreu. Serra tenta distribuir o máximo de cachorros-quentes no Mc Donald's que ele alugou. Será que ele tenta quebrar o paradigma de que tudo termina em pizza?

Uma é crente(o pensamento crente me incomoda, não os crentes) e a outra se escora no ex-presidente que demonstra "certa" antipatia à liberdade da imprensa. O outro se alia a um tucano, deixando pra trás a bagagem que lhe servia. Um outro era ministro do meio-ambiente e não pára de distribuir panfletos de papel na rua. Também tem os ex-jogadores de futebol. Os eleitores, de uma maneira geral, simplesmente concordam com tudo isso.

O "Ficha Limpa" não deveria ser um pedido acatado de última hora, deveria ter menos brechas e ser mais incisivo. O que deixa aquela criança pequena, o Garotinho, tentar se eleger? Como votar na arrogância - evidenciada no youtube - do Sérgio Cabral?





Minha última pergunta: como eu faço pra votar esse ano?
Quem lutou pelo sufrágio universal não pensou nisso tudo.

domingo, 12 de setembro de 2010

O vidro emoldurado

Eu acho que todos têm uma janela.Eu tenho, você tem.Existem os conjuntos de janelas, os prédios. As crianças –ah, as crianças sempre tem tudo - quando perdem o dente, ganham uma nova janela. Até a tecnologia imita a janela... o ‘Janelas’(Windows), as câmeras de vídeo/fotografia e a televisão. Até os prisioneiros tem uma janela - mesmo que só tenham ela e à ela. Os que merecem menos, os corruptos ,tem janelas também - Ah, como tem janelas. Pulam, saltam, confundem-se com elas. São verdadeiros camaleões que criam janelas na lei pra fazer do Brasil uma grande janela de fome e miséria (e futebol , para ser menos dramático)

Quem não aprecia a janela, não aprecia a vida. Pela janela podemos ver sem nem sermos vistos. Se por acaso nos veem, somos mais alguém praticando esse exercício de aprendizado – a observação. Podemos também filmar com a retina cenas que ninguém nunca verá - isso se por sorte não forem parar no youtube, a janela digital.

As janelas são necessariamente necessárias, me desculpe, mas são... As escadas rolantes, os elevadores, as esteiras ...todos tem sua importância. Mas nenhum chega perto de uma janela.

A minha janela é normal... A posição dela também. Infelizmente, ou até felizmente. Não está de frente pro Cristo, ele fica pro outro lado do apartamento. Também não está de frente pra praia –uma pena!Mas felizmente está onde está, por que com essas distrações o que realmente importa não seria notado pelo meu frágil olho humano, que por ser masculino se tornou mais frágil ainda. Facilmente deixariam outros ventos atrapalharem a percepção ,que na verdade não existe e que eu inventei. Invenção que sai de um lugar e transpira em outro; da janela para a porta.

Não incentivo ninguém a viver atrás de janelas. Para interpretar o que ela mostra é preciso sair dela também. Elas são a ferramenta e não a obra.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Quando você se sente bem

Viajei no feriado e sinto que não podia ter feito nada melhor.

Além de descansar do rio, viajar significa explorar novas culturas, novos olhares, novas(antigas) formas de vida num plano geral. O famoso "olhar estrangeiro" faz sentido quando realmente se é estrangeiro.

Cheguei em aldeia velha perdido. Perdido em 2 sentidos: não sabia nada sobre a cidade e não sabia por que eu estava ali.
2 amigos(1amiga e um amigo) e eu sentamos num bar e fomos muito bem recebidos pela Tamara, a dona. Depois de umas cervejas e uns aipins, ela nos ofereceu o quintal para acampar por 5 reais - tá aí algo que não se espera no rio, é aquele descanso do qual eu falava.
O motivo da nossa desistência foi ridículo se formos pensar com a cabeça de cidade grande: saímos do camping por nos sentirmos muito próximos da Tamara. Não sabiamos se pediamos algo ou se íamos na cozinha fazer. Resolvemos sair(mas não pra não voltar, claro).

Vimos 2 campings e decidimos ir para o "Bambu". Lá tinha uma estrutura sensacional, mas era muito fanfarrão. Tinha uma tv de plasma 40mil polegadas e "mix fm" rolando...eu podia não saber porque eu estava ali, mas sabia que não era pra isso.Mesmo assim, dormimos lá por uma noite.

Naquele mesmo dia, fomos tomar uma cervejinha de noite. Agora éramos 6 (3 meninas chegaram depois). Elas falaram de um camping o "Bom Retiro". Confesso que não levei fé no começo, mas depois que encontrei, por acaso, outra amiga na cidade ,que estava nesse camping, decidi ir pra lá.

O camping é lindo, ecologicamente correto e aconchegante. É realmente um retiro. O dono, que era o idealizador, explicou um pouco da história do camping. Contou que o espaço era a fazenda do avô e contou dos projetos que aconteciam lá. Eu fiquei apaixonado.

Durante a viagem conhecemos um pouco da cidade. Na entrada do centro da cidade tem um Ipê amarelo. Lindo.

Essa viagem me tirou os preconceitos que eu tinha: cidade pequena e pessoas ecologicamente engajadas. O primeiro era por falta de conhecimento e o outro por conhecimento demais (haha)


obs: eu peidei pra dar o jump da sequência de cachoeiras, só dei o pulo alternativo. essa é a próxima meta de quando eu voltar pra aldeia