É complicado...
Numa devastada fotografia, me encontrava beirando a morte. Depois de algumas literaturas, em processos de vida – e morte – tenho essa grande inquietude sobre a finalização do ser. Como tudo em vida que fiz até agora, nada, nenhum estudo, foi, de fato, organizado. Tudo é muito confuso, inacabado. Penso na morte como uma amiga, como conselheira, como saber, como escravidão, como nefasta. Sei que penso, acho que existo e o processo de aceitar que a minha ótica, como de qualquer um, particular cria o mundo está sendo foda.
A imagem que criei do meu processo literário é de uma estante sem nenhum livro. Várias capítulos em pilhas de a4. Formam muito mais do que uma dezena de livros, mas assimilados em ordem aleatória, porém com muito sentido e narrativa. Quem dera fosse uma xerox universitária, aonde é provável que os textos se percam, mas as pastas organizam minimamente a inquietude da natureza humana: a dissertação. Podia ser também uma puta biblioteca, organizada por autores; com notas de ano de publicação; com referências gráficas de capas; com exatidão singela de saber SOBRENOME, Nome; talvez com um humor maléfico de quem sempre rebaterá com uma citação underground e acabará com um diálogo. Infelizmente, não consegui preencher o fetiche acadêmico – ainda não.
A morte como companheira surge de uma ideia da aceitação do inevitável. De uma coexistência menos dramática do que o medo, mas não menos respeitosa e ardente do que o temor. É uma amiga de verdade, que também o acompanha nos momentos felizes. As sensações, intangíveis na gramática, tem esse dom. A tradução incompleta seria a angústia, uma tentativa de subversão da natureza da comunicação.
domingo, 23 de novembro de 2014
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