Muito pelo contrário: é mistura de sentimento com técnica e amor. É contar até 4, até 6, até o infinito. É imaginar, criar, recriar, fazer e mesmo assim voltar ao marco zero porque não funcionou, não “groovou”.
É a arte de fazer o imperfeito ser o perfeito. Impressionar e pautar o imperfeito como técnica. Dividir para somar, esmiuçar um caminho de 20 ou 30 segundos em 2 ou 3horas e conseguir encaixar um sentimento em 3milésimos de segundos – que no caso fazem a maior diferença possível.
É aplicar a metalinguagem numa linguagem que foi feita praticamente por metafísica e que assim se torna novo. É dar ao semi-novo os mesmo créditos do novo, porque se for do seu gosto não importa quem fez.
Passar dias inteiros pensando , reconstruindo. Imaginar donde surgiu aquilo e criar hipóteses mirabolantes, quando na verdade foi pura e simplesmente uma expressão momentânea.
Muitos fazem por amor, outros por dinheiro – alguns, consolidados, pelos 2. O que importa é que isso não afeta quem se identifica.
Muito mais completo que o futebol, mas está diretamente ligado a ele e ao que ele representa. Muito mais complexo que o amor, embora seja, de fato, a projeção do amor e das musas inspiradoras. Mais importante que a cerveja, apesar dela se fazer tão presente tanto nos momentos de execução, quanto de admiração.
São as notas, a melodia. As notas, o ritmo. A seqüência, as notas. É o mundo livre e o mundo fechado também.
Como pode a música ser coisa de vagabundo?Não é, mas se você for, tudo bem.